CRMV-PB alerta que desinformação sobre esporotricose pode gerar violência e abandono de animais

A esporotricose é uma doença de caráter zoonótico que coloca em risco a saúde dos animais e dos seres humanos. O assunto tem ganhado grande repercussão após a Secretaria Estadual de Saúde informar que houve um aumento de mais de 80% no número de casos em 2022 e alguns veículos de comunicação e redes sociais atribuírem o gato como causador da doença.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB), preocupado com essa onda de desinformação que pode gerar abandonos ou crueldades com os gatos, alerta sobre cuidados com a doença e principalmente sobre a forma de como preveni-la.

O gato, segundo a entidade, é tão vítima da doença quanto os seres humanos. Ela é causada por um fungo do gênero Sporothrix, que pode ser encontrado no solo, palhas, espinhos vegetais, madeira, material em decomposição e em feridas de animais (inclusive cães) que estejam contaminados. Por ser transmitida por contato direto, os gatos que têm acesso à rua e frequentemente entram em disputas com outros gatos por territórios estão mais sujeitos à contaminação.

Importante destacar que o animal só transmite a doença se estiver infectado e se o ser humano tiver contato com o fungo através de mordeduras e arranhaduras causadas por animais contaminados.

Os principais sintomas da doença nos animais são lesões na pele (feridas) que podem iniciar nos membros e evoluírem para todo o corpo. Essas feridas são de difícil cicatrização, circulares e elevadas (pápulas ou nódulos), com perda de pêlo ao redor e podem evoluir para ulceração com necrose central crostosa e com exsudato purulento e hemorrágico.

Esses sinais não são exclusivos da esporotricose, portanto, para fechar o diagnóstico é necessário a realização de exames laboratoriais. Assim, é extremamente importante que o tutor, ao observar lesões na pele do animal, procure um médico-veterinário.

O CRMV-PB tem buscado junto aos órgãos governamentais a promoção de programas sérios e eficientes de controle populacional para diminuir o número de animais nas ruas, alinhado a isso, um forte programa de educação e conscientização, bem como punição mais severa para quem comete maus-tratos e abandono de animais.

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