Bolsonaro e aliados são investigados por núcleos de desinformação, incitação ao golpe; inteligência paralela e caso das joias

Jair Bolsonaro e aliados, como Filipe Martins (foto capa), são alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira, 8; confira detalhes

  • Operação Tempus Veritatis, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 8, pela Polícia Federal (PF), os acusam de atuarem em seis núcleos para operacionalizar medidas para desacreditar o processo eleitoral, planejar a execução de um golpe de Estado e agir de forma antidemocrática, para a permanência do grupo no poder e enriquecimento ilícito. 

Entenda quais são estes núcleos investigados pela PF e quem estava envolvido em cada um deles, de acordo com informações de documentos que embasam a operação, obtidos pelo Terra:

A delação de Cid incluía inclusive vídeos destas reuniões onde se tentava tramar golpe de estado e fim da república brasileira. Os textos da PF descreve as falas claras de todos os investigados.

  1. Núcleo de desinformação e ataques ao Sistema Eleitoral
    Grupo que esteve à frente da produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre fraudes eleitorais nas eleições presidenciais de 2022. 

A finalidade das ações seria a de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas. A movimentação tinha o “intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado”, complementa a PF.

Estão sendo investigados por envolvimento:

Mauro Cesar Barbosa Cid

Anderson Torres

Angelo Martins Denicoli

Fernando Cerimedo

Eder Lindsay Magalhães Balbino

Hélio Ferreira Lima

Guilherme Marques Almeida

Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros 

Tércio Arnaud Tomaz  

  1. Núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado
    Nesta frente eram eleitos alvos que poderiam amplificar ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas. Esses ataques eram feitos e difundidos em múltiplos canais e por meio de influenciadores acompanhados pela bolha militar.

Estão sendo investigados por envolvimento: 

Walter Souza Braga Netto 

Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Bernardo Romão Correa Neto

Mauro Cesar Barbosa Cid.

  1. Núcleo Jurídico
    Este núcleo, conforme aponta a PF, assessorava e elaborava minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.

Estão sendo investigados por envolvimento:

Filipe Garcia Martins Pereira

Anderson Gustavo Torres

Amauri Feres Saad

Jose Eduardo De Oliveira E Silva 

Mauro Cesar Barbosa Cid

  1. Núcleo operacional de apoio às ações golpistas
    Coordenados por Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, este grupo atuava em reuniões de planejamento e execução de medidas para manter as manifestações em frente aos quartéis. Eles organizavam a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília.

Estão sendo investigados por envolvimento:

Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros

Bernardo Romão Correa Neto

Hélio Ferreira Lima

Rafael Martins De Oliveira

Alex De Araújo Rodrigues 

Cleverson Ney Magalhães

  1. Núcleo de Inteligência Paralela
    Este grupo era responsável pela coleta de dados e informações que pudessem auxiliar nas decisões do então presidente Jair Bolsonaro para a consumação de um suposto golpe de estado. 

De forma ilegal, os envolvidos monitoravam itinerários, deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República. 

Estão sendo investigados por envolvimento: 

Augusto Heleno Ribeiro Pereira

Marcelo Costa Camara 

Mauro Cesar Barbosa Cid.

  1. Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos
    Neste caso, oficiais com alta patente militar agiam para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos citados anteriormente. Eles atuavam endossando ações e medidas que seriam adotadas para consumação de um golpe de estado.

Estão sendo investigados por envolvimento:

Walter Souza Braga Netto

Almir Garnier Santos

Mario Fernandes

Estevam Theophilo Gaspar De Oliveira

Laércio Vergílio 

Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira

A investigação

A operação batizada de Tempus Veritatis investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

São cinco crimes principais que movem a investigação, segundo documento da PF:

  • Ataques virtuais a opositores;
  • Ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral;
  • Tentativa de golpe de estado e de abolição violenta do estado democrático de direito;
  • Ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e;
  • Uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens como: o uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais; a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; e o desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito.

Conforme apuração do Terra, a operação gerou quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas de prisão – que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do País, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. 

Além disso, a operação gerou quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas de prisão – que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Até o momento, foram presos:

Filipe Martins –  Ex-assessor especial de Bolsonaro; 

Marcelo Câmara –  Coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente;

Rafael Martins –  Major das Forças Especiais do Exército; 

Bernardo Romão Corrêa Netto –  Coronel do Exército (mandado ainda não cumprido, já que o alvo está nos Estados Unidos).

Fonte: Redação Terra

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