Se você não sabe o que significa ‘aporofobia’, não tem problema: trata-se de uma palavra inventada, um neologismo, mistura de termos gregos. Significa medo e rejeição à pobres. Nunca a moral e a política está a materializar tanto ódio aos pobres, tantos programas de gestão excludentes e tantas pessoas cada vez mais sem compromisso com o ideal inclusivista da humanidade como fraternidade irmã em espécie, capaz de um progresso com abundância que caiba mais gente em vez de expulsar por ignorar a existência dos excluídos, dos precarizados – numa última análise; dos pobres.
Lembremos, em maio de 2022, aos 38 anos, Genival de Jesus Santos, teve seu fim por 3 policiais rodoviários em Sergipe, que colocaram o cidadão de classe social pobre (APOROFOBIA) numa câmara de gás improvisada na mala da viatura. Em defesa, estes alegaram que era “prática comum” e não havia mortes nem marcas nas outras vezes…. Precisa comentar isso!? Foram mais de 11 minutos de agonia. Visto por uma plateia em choque ou espetacularizada (isso mesmo) com a banalidade da violência para com os pobres – fato é que assistiram inerte ao homicídio. O pior da aporofobia é que ela se constitui numa cultura. E não, só de ricos contra pobres, mas de pobres desprezando pobres também pelos motivos mais toscos.
Os réus primeiro tiveram suas prisões negadas, afinal o que vale uma vida pobre e de cor neste mundo sem Deus no coração, só nas línguas e caretas de lives e PIX…. Entretanto, a ONU entrou na parada junto com parte da mídia, esta acanhada pelo clima anti-cristão de armas e mortes à pessoas pobres”suspeitas” destes tempos estranhos (pior é que nem era o caso do adoentado Genivaldo de Jesus Santos). Com esse contexto, em outubro de 2022 veio a prisão e um indicativo de ida ao tribunal do juri, num inquérito que se arrasta. Junto também o reconhecimento estatal de uma indenização passível de ser de mais de cem milhões de reais pelo inominável do fato e do sofrido por culpa da ação estatal.
A novidade recente do caso fica por conta do anuncio do ministro Dino, da Justiça e Segurança Pública, nesta segunda-feira, 14, sobre a demissão dos policiais rodoviários, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, os envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos com câmara de gás em 2022, na cidade de Umbaúba, no interior de Sergipe.
Como Cristão rogo demais que Genivaldo de Jesus esteja neste momento com ele, recebendo a justiça eterna que merece e que a bíblia, sobretudo o Novo Testamento, na boca do próprio Jesus, tanto falou de amor ao próximo e em especial para os pobres. O que esquece disso é um utilitarista da ordem das coisas, ou da desordem… A escolha do esquecimento é livre arbítrio, já a ética e a solidariedade como caminhos certos não alteram sua rota de melhoria coletiva como a única possível.
Por Renato Martins
2 respostas
Triste demais
Casos como estes precisam ser debatidos, colocados para a sociedade. Muito esclarecedor !