“Pare de falar em matar árabes”, pedem famílias de reféns a ministro de Israel

Durante uma reunião no parlamento israelense na segunda-feira (20), alguns dos familiares de reféns capturados pelo Hamas e que são mantidos em Gaza entraram em confronto com o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e outros membros de extrema direita do governo.

Ben-Gvir, uma figura da política israelense que divide opiniões e que quer que Israel anexe os territórios palestinos, está promovendo uma legislação que prevê a aplicação da pena de morte a terroristas.

Segurando fotos de seus entes queridos, as famílias dos reféns manifestaram suas frustrações. Um deles, Gil Dickmann, que tem um primo mantido em Gaza, gritou repetidamente: “Traga-os para casa!”

“Talvez, em vez de falar dos mortos, fale dos vivos. Pare de falar em matar árabes. Fale sobre salvar judeus. Este é o seu trabalho! gritou Hen Avigdori, que teve a esposa e a filha capturadas em 7 de outubro por militantes do Hamas.

Já frustrados com a aparente falta de progresso na libertação dos reféns, os familiares acusaram Ben-Gvir de arriscar ainda mais as vidas de seus entes queridos ao colocar a questão dos palestinos detidos em prisões israelenses novamente no centro das atenções.

Eles temem que, ao sugerir que Israel possa executar prisioneiros palestinos, o Hamas esteja menos disposto a libertar os reféns ou, ainda, aumentar a probabilidade de maus-tratos em Gaza.

Almog Cohen, colega de Ben-Gvir no partido Poder Judaico, rebateus as famílias.

“Vocês não têm o monopólio da dor. Também enterramos mais de 50 amigos”, disse Cohen.

A reunião aconteceu para discutir a proposta de legislação de Ben-Gvir, que tramita no parlamento. Ainda há vários estágios pela frente antes de se tornar lei e poder ser retirado.

Mais tarde, em Tel Aviv, um outro grande grupo de familiares de reféns se reuniu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e membros do gabinete de guerra do Ministério da Defesa.

Udi Goren, uma pessoa destas famílias, saiu mais cedo porque sentiu que não havia novas informações fornecidas pelo gabinete de guerra.

Ele disse estar muito desapontado ao saber que o governo não estava colocando a libertação dos reféns como prioridade, incluindo à frente da missão de derrotar o Hamas.

Questionado se tinha ouvido alguma informação sobre uma possível libertação de reféns, Goren disse à CNN que não havia nada de novo.

Fonte: CNN

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