O Paraíba Palace Hotel foi construído em 1929, sendo o único exemplar da arquitetura veneziana da nossa capital, foi referência da nossa elite nos anos de 1930 até 1960. Mas, perdeu seus hóspedes e o seu glamour, com a construção, nos anos setenta, do Viaduto Damásio França, que ligava nada a coisa nenhuma, tirando a comodidade dos hóspedes de desembarcarem dos carros na porta do hotel.
Na época o Ponto de Cem Reis era lindo, movimentado, no térreo do hotel existiam cafés, lojas e uma sorveteria com cadeiras na calçada onde as pessoas observavam o movimento das “damas” que desfilavam por lá, lindas e charmosas.
Hospedou personalidades como Pelé, Adhemar de Barros, Cauby Peixoto, Vicente Celestino, Elizeth Cardoso, Bidu Sayão, Orquestra Tabajara, Severino Araújo e Tommy Dorsey.
Durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu militares ligados às bases de Natal e Recife, além de integrantes de programas promocionais do ex-presidente Getúlio Vargas.
Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) em 2004.
Há uns trinta anos, o empresário Hermano Targino, meu amigo Bola, adquiriu o hotel com a promessa do alcaide da época, de fazer uma reforma na praça, que permitisse o acesso de carros até a porta do hotel, como acontecia antes. A promessa não foi cumprida e o resultado é o que vemos agora, um belo exemplar Art-noveau, construído pelo governo estadual para ser um hotel de luxo, para a época, transformado em um arquivo da Assembleia.
Além de hóspedes anônimos de alta sociedade, o hotel recebia políticos, atletas e artistas da época, quando visitavam a capital.
Na reinauguração do hotel, a sempre dinâmica Ana Maria Gondim promoveu uma festa Black Tie, na cobertura, que foi a festa mais bonita, chic e animada que, até hoje, se viu nessa cidade. Grande Aninha.
Li, hoje, que o Hotel Central, (um dos donos, Marcelo Gomes, era meu colega no BANESPA) o primeiro arranha céu de Recife, localizado na Manuel Borba, no Centro Histórico, será restaurado e, muito em breve, reaberto para honra e glória dos Recifenses. Aliás, a Prefeitura do Recife está trabalhando incansavelmente pela restauração do CH.
