O Brasil é o segundo país com mais óbitos por covid até o momento em 2024 no mundo – ficando apenas atrás dos EUA, onde mais de 10,6 mil pessoas morreram.
Por aqui, desde o início de 2024 até 17 de fevereiro, foram 1.325 mortes por covid-19, segundo o Conas.
É um número muito menor do que no ápice da pandemia, mas muitas vidas ainda são perdidas.
Para se ter uma dimensão, o número registrado na semana entre 11 e 17 de fevereiro (198 mortes) é maior do que as 184 pessoas que morreram devido à dengue em 2024, segundo o Ministério da Saúde.
Entre especialistas que seguem na linha de frente do combate à covid, um dos consensos é que, no médio prazo, o Brasil seguirá com um volume de mortes por covid-19 parecido ao de agora, embora por motivos diferentes do período mais crítico.
“É difícil que alguém contraia a covid-19 e morra puramente por causa dela hoje”, afirma Ralcyon Teixeira, diretor da Divisão Médica do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo.
Entre as complicações, estão a diabetes, que atinge 7% da população brasileira, e doenças cardiovasculares, que afetam cerca 14 milhões de pessoas pelo país, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.
O infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz no Rio de Janeiro, concorda e acrescenta: “Muitas vítimas são idosas também”.
Outro consenso entre os especialistas são as brechas na vacinação.
Hoje, o Brasil tem perto de 82% da população imunizada com as duas primeiras doses das vacinas monovalentes – um universo de 167 milhões de pessoas.
Mas a baixíssima adesão à vacina bivalente, que foi aplicada em cerca de 16% dos brasileiros (33,3 milhões de doses) é o ponto considerado mais alarmante. Significa que pouquíssima gente está protegida contra as novas cepas circulantes.
Para os especialistas, a percepção pública de que a doença hoje é menos grave afeta a adesão massiva à imunização.
