O caso das máscaras de chumbo é um dos maiores mistérios do país

Em 1966, Manoel Pereira da Cruz e Miguel José Viana, dois técnicos em eletrônica, foram encontrados mortos usando ternos, capas impermeáveis e máscaras de chumbo, geralmente usadas contra radiação, no Morro do Vintém, perto de Niterói. Suas mortes nunca foram solucionadas e o caso permanece um mistério até hoje

O caso das máscaras de chumbo é um dos maiores mistérios do país
Miguel José Viana e Manoel Pereira da Cruz, mortos de maneira desconhecida/ Imagem: Adobe Stock | Licenciado

mistério (ou caso) das máscaras de chumbo foram os acontecimentos que levaram à morte de dois técnicos em eletrônica brasileiros: Manoel Pereira da Cruz e Miguel José Viana, cujos corpos foram encontrados em 20 de agosto de 1966 no Morro do Vintém, perto de Niterói. O mistério sobre os corpos não conseguiu ser explicado até os dias de hoje.

Os corpos foram descobertos por Jorge da Costa Alves, um jovem de 18 anos que estava empinando pipa no local. Eles trajavam ternos e capas impermeáveis e não havia sinais de violência neles ou na área próxima. Perto dos cadáveres, a polícia encontrou uma garrafa de água vazia e um pacote com duas toalhas.

O que realmente chamou a atenção das pessoas foram as máscaras de chumbo usadas pelos dois homens, o que deu o nome ao incidente. Eram máscaras usadas tipicamente para proteção contra radiação. A polícia achou também um bloco de anotações com símbolos e números (códigos de referência para válvulas eletrônicas) e um bilhete dizendo: “16:30 Hs. está local determinado. 18:30 Hs. ingerir cápsula após efeito, proteger metais aguardar sinal máscara”.

Da maneira que está escrito, o bilhete é ambíguo, o que torna seu significado aberto a interpretações e teorias. Nenhum ferimento aparente foi encontrado na necrópsia, o que descartou a hipótese de homicídio, e não foi possível uma investigação de substâncias tóxicas nos órgãos internos, pois eles já estavam em grau avançado de decomposição. A putrefação também tornou impossível determinar se foram eletrocutados ou não.

A fim de solucionar o caso curioso, os investigadores decidiram reconstituir os últimos dias de Miguel e Manoel. Descobriu-se, então, que os dois teriam partido de suas casas no dia 17 de agosto. Às esposas, disseram que viajariam até São Paulo para comprar material de trabalho.

De ônibus, chegaram em Niterói às 14h30. Foram até uma loja, onde compraram capas impermeáveis, e até um bar, onde adquiriram a garrafa d’água. No segundo estabelecimento, Miguel parecia nervoso e checava o relógio constantemente. Em seguida, seguiram para o Morro do Vintém, onde foram encontrados dias depois.

Gracinda Barbosa Cortino de Souza e seus filhos, que viviam próximos ao morro onde foram encontrados, contataram a polícia local, alegando terem visto o que descreveram como um Objeto Voador não Identificado pairando sobre o morro no momento exato em que os investigadores creem que os dois homens morreram.

Depoimento de testemunhas e mistério sobre os objetos encontrados com o corpo fizeram surgir diversas teorias. Muitas pessoas, inclusive, acreditavam que as mortes teriam sido causadas por seres extraterrestres. A ideia mais aceita, entretanto, foi apresentada pelo amigo de um dos falecidos.

Segundo a testemunha, Manoel e Miguel eram membros de uma seita religiosa científico-espiritualista, que envolvia a experimentação de drogas psicotrópicas. Assim, os dois teriam morrido após uma intensa e infeliz viagem psicodélica.

Diversas teorias, polícia e especialistas em ciência forense, ninguém conseguiu resolver o mistério das máscaras de chumbo até os dias de hoje.

Fonte: observatório do terceiro setor

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