Homem vira réu suspeito de jogar namorada do 8º andar de prédio; caso era tratado como suicídio

A Justiça tornou réu o advogado Raul Rodrigues Costa Lages pela morte da namorada, a advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães.

A vítima foi morta na noite de 8 de junho 2022 quando caiu do 8° andar de um prédio no bairro São Bento em BH. A vítima deixou dois filhos.

Raul Rodrigues Costa Lages — Foto: Reprodução/OAB-MG

Raul Rodrigues Costa Lages — Foto: Reprodução/OAB-MG

Mais de dois anos depois do crime, o Tribunal de Justiça de MG aceitou a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e tornou Raul réu no processo em que ele é acusado de matar a namorada.

“A gente não tinha muitas informações e não tinha presença de testemunhas oculares. Quando ele [o suspeito] foi ouvido, nos passou as informações do que tinha acontecido naquela noite. Tentou dissimular e colocar várias situações que o colocavam fora do local do crime. Ele disse que […] teria decidido terminar o relacionamento, pegado algumas coisas dele do apartamento e descido e, no momento que ele já estava na portaria, teria sido avisado pelo porteiro que havia o corpo de uma mulher”, afirmou a delegada Iara França Camargos, responsável pelo caso.

Advogada foi jogada do 8º andar de prédio em BH, aponta Ministério Público – YouTube

“Ao longo das investigações, a gente foi quebrando todos os argumentos dele, inclusive o mais importante, de que ele não estava no local dos fatos no momento da queda”, disse.

Delegada Iara França, da Polícia Civil de MG — Foto: TV Globo/ Reprodução

Delegada Iara França, da Polícia Civil de MG — Foto: TV Globo/ Reprodução

De acordo com a Polícia Civil, a hipótese é de que, na noite do crime, Raul tenha derrubado Carolina no apartamento e, ao perceber que ela estava desacordada, teria limpado e organizado o local, colocando roupas de cama na máquina de lavar e recolhendo pertences.

Em seguida, ele teria cortado a tela da varanda, jogado a tela fora na lixeira da cozinha, guardado a tesoura, carregado Carolina e jogado o corpo dela pelo buraco na tela. A polícia não conseguiu descobrir se a vitima já estava morta quando caiu.

“De acordo com as imagens, quando ele se encontrava na portaria, o corpo já havia caído havia alguns minutos. Ele chegou a ver esse corpo, retornou para a portaria e, depois, saiu do local”, explicou Iara França.

A delegada disse que Raul tinha um histórico de agressões psicológicas e físicas contra mulher e buscava desqualificar e desmoralizar a vítima.

“É algo muito típico dos feminicidas, tentar desqualificar dizendo que ela era deprimida, que ela era louca, ciumenta, que o tempo todo corria atrás dele, quando as investigações mostram que ela tentava terminar com ele, e ela tentou por várias vezes, ele não permitia, ele a manipulava emocionalmente”.

‘Muito tempo em silêncio’

O filho de Carolina, Vítor Magalhães, explicou que a família precisou “ficar em silêncio” durante os últimos anos para as investigações pudessem caminhar sem intercorrências. O estudante de direito diz que a família quer honrar a memória da mãe.

“A gente tinha uma amizade muito forte, e acho que são essas recordações boas que ficam. A gente tem que continuar forte, tem dias que são mais difíceis. Eu e meu irmão agora estamos continuando uma coisa que ela sempre quis, que é ver a gente cantando, então, a gente consegue sentir ela próxima a todo momento”, disse Vítor.

Carolina França Magalhães deixou dois filhos — Foto: Reprodução/redes sociais

Carolina França Magalhães deixou dois filhos — Foto: Reprodução/redes sociais

Fonte: G1

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