O tétrico “placar” da morte fala em cerca de 10 mil mortos. Sendo 1400 israelenses, a maioria do primeiro dia de ataque do Hamas, e, 8500 palestinos, na ofensiva do governo sionista sobre os “encaixotados” civis em Gaza, sob chuva de bombas. Dentre os palestinos 40% são crianças e mulheres. Os dados são do G1 recebidos pelas partes e monitorado pela ONU. Impossível dizer ao certo o crescente número de feridos palestinos neste fogo intenso.
Criança palestina, de dez anos, presa em Outubro de 2021.
Os palestinos vivem presos e delimitados na faixa de Gaza há décadas. Os civis são muito pobres – metade do povo abaixo da linha de pobreza e desempregado, vivendo de doações internacionais. Vida já era muito difícil antes de tudo isso. Crianças palestinas se sentindo injustiçadas e que atiram pedras em policiais israelenses são presas e compõem boa parte dos mais de 6 mil presos que o Hamas pede libertação em troca dos mais de 200 reféns capturados no dia 07. Se pedrada de criança dá nisso; prisão inominável, imagine o resto…
Parafraseando Sakamoto do UOL: “Os extremistas dos dois lados se regozijam na guerra, no poder e dinheiro que ela distribui. Precisam e se alimentam dela. Enquanto isso, os civis dos dois lados literalmente explodem”.
Tanta dor, fome, sede, sofrimento. E tem quem trate isso como jogo de futebol – numa guerra de torcidas organizadas. Postura ignomíniosa! Sou neto de Judeu polonês, Arnold Salpeter, pai de minha mãe, fugido da II Guerra veio ao Brasil e criou inúmeras orquestras sinfónicas. Musicista clássico, que perdeu seus pais e irmãos, meus bisavós e tios, para o nazismo. Seu nome hoje é o da sala de orquestra do Crato, no Ceará – uma homenagem por tantos músicos que ele formou. Minha mãe, com medo da perseguição aos judeus, não deu seu sobrenome “Salpeter” a nenhum dos filhos. Como muitos outros judeus no mundo, sinto que meu avô está no céu triste com tudo isso, que mais parece extermínio no ‘modus’ nazista que qualquer outra coisa que a cultura e a sabedoria cristã, judaica ou árabe preze…
ONU protestando contra prisões e o risco para as crianças palestinas no período da COVID, 2020.
Nossas inteligências poderiam ter melhor utilidade, se ocupadas em desconcentrar renda e sermos mais inclusivos que exclusivistas.
Por Renato Martins com método Raio X das Notícias