Alfândega dos EUA monitora situação e redirecionou recursos para fronteira
A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês) está monitorando relatos de uma caravana de milhares de imigrantes que se formou no sul do México.
A CBP informa que esses grupos geralmente se movem lentamente e depois se desintegram. Eles se fragmentam antes de chegar à fronteira sul dos EUA, disse a agência em comunicado à CNN.
“A CBP continuará a monitorar os desenvolvimentos em coordenação com agências estrangeiras e interagências, como fizemos com mobilizações anteriores”, disse.
A administração Biden tem lidado com um grande número de travessias que sobrecarregam os recursos locais, estaduais e federais há várias semanas.
A CBP aumentou os recursos para a fronteira e suspendeu temporariamente as operações em vários portos de entrada para redirecionar o pessoal para processar os migrantes.
De acordo com a agência, o contato com os migrantes enfrenta obstáculos à medida que criminosos espalham informações erradas para incitar os viajantes a atravessar a fronteira ilegalmente.
Mas a CBP alerta que qualquer pessoa sem base legal nos Estados Unidos poderá estar sujeita a deportação.
A caravana
No domingo (24), milhares de migrantes deixaram Tapachula, no sul do México, para fazer uma longa viagem a pé até aos Estados Unidos. Os organizadores chamam a caravana de “Êxodo da Pobreza”.
Um dos líderes, Luis Villagrán, disse a jornalistas que o grupo está fugindo do “desumano” e que “a única esperança destas pessoas é sair, chamar a atenção e dizer que estamos vivos”.
“A única coisa que queremos são documentos para avançar”, acrescentou Villagrán.
De onde vem os imigrantes?
Muitos dos migrantes são provenientes da América Central e do Sul, bem como do Caribe, vindos principalmente de Cuba e do Haiti.
Benigno Sánchez, um migrante cubano, disse à CNN que as pessoas têm “medo de falar. Temos necessidades econômicas. Temos um sonho: trabalhar honestamente. O que posso te dizer? Infelizmente, vivemos num governo corrupto”.
No meio da caminhada, Aida Peña, uma salvadorenha, disse à CNN que, como recompensa pelo sacrifício que estão fazendo, espera que “Deus lhes dê o milagre de cruzar” para os Estados Unidos.
Quantos são?
Segundo os organizadores do contingente, cerca de 7.000 imigrantes partiram na véspera de Natal do sul do México em direção à fronteira norte.
No entanto, o número de migrantes diminuiu à medida que eles se dispersaram, até restarem aproximadamente 3.000, de acordo com estimativas da agência de refugiados da ONU partilhadas com a CNN.
Os migrantes tentaram pressionar as autoridades mexicanas a fornecerem documentos, o que anteriormente permitia que as pessoas que atravessavam para o México se deslocassem por todo o país.
A falta de documentos parece ter influenciado a decisão dos migrantes – incluindo aqueles que queriam apresentar um pedido de asilo ou permanecer no México – de seguirem rumo aos Estados Unidos, fortalecendo a atual caravana que atravessa o México, de acordo com entrevistas realizadas por ONGs.
Autoridades buscam soluções
Entre os pedidos feitos pelo governo dos EUA está que o governo mexicano forneça incentivos, como vistos, para que os migrantes permaneçam no país e evitem migrar irregularmente, disseram autoridades à CNN.
Nesta quarta-feira (27), autoridades dos dois países devem se reunir no México para discutir a questão. Anthony Blinken, o secretário de Estado dos EUA deve comparecer a reunião.
Fonte: CNN