Parecem cenas extraídas do Apocalipse bíblico, mas são dolorosamente reais e suas causas e consequências, já estudadas pela ciência. Ondas sufocantes de calor, chuvas e inundações torrenciais, incêndios florestais indomáveis, enxames de mosquitos propagando vírus, pandemias…
O mundo assiste a uma crise que adoece o planeta e coloca em risco a saúde da população. As mudanças climáticas, alimentadas pela mão suja do ser humano movido a combustíveis fósseis, representam cada vez mais um sério problema de saúde pública.
O alerta, soado há pelo menos três décadas e tantas vezes ignorado, é traduzido, agora, por uma avalanche de enfermidades decorrentes da situação, que vão de surtos virais a panes mentais e cardiovasculares.
A catástrofe das enchentes no Rio Grande do Sul, com mortes e explosão dos casos de leptospirose, infecção bacteriana que resulta da contaminação por urina de animais, é o mais novo capítulo de uma história com repercussões diretas e indiretas, no curto e no longo prazo, no bem-estar da civilização. É um lembrete desagradável de que a inação cobra o preço com juros.
Estudos publicados revelam, em tom de urgência, que as alterações ambientais, atreladas à emissão de gases do efeito estufa e à destruição do planeta, abrem caminho ao descontrole de uma lista de patologias agudas e crônicas.
A conclusão: uma Terra mais quente, poluída e refém de eventos climáticos extremos também será um cenário de hospitais lotados e pessoas perdendo qualidade e expectativa de vida.