A EXTREMA-DIREITA ARGENTINA VENCE COM 30% NAS PRIMÁRIAS. O QUE ISSO SIGNIFICA PARA OS MENOS FAVORECIDOS E TRABALHADORES DESAFORTUNADOS?

Curto e direto. Na Argentina a sociedade se dividiu em 3: em terceiro lugar Sergio Massa do grupo no poder, peronista, com 27%, tido como esquerda simplesmente por defender um modelo de bem-estar social de tipo social-democrata – mas com pouca resolutividade nesta divisão de bolo; em segundo lugar a direitista Patrícia Bullrich, com 28% dos votos, na linha do liberalismo tradicional e institucional que os hermanos já viveram tantas vezes nestes ciclos de crise do capitalismo deles; e, em primeiríssimo lugar, com 30% do eleitorado nacional, o heterodoxo Javier Milei, um admirador do anarcocapitalismo, que faz o Bolsonaro ser previsível e normalíssimo como um monge silencioso no mosteiro.

Daí se pode tirar a medida das bandeiras radicalmente excludentes e elitistas que Javier Milei empunha. O esquisito Trump “só” queria fazer um muro junto ao México e dar a “América para os americanos” (sabe-se lá quem são os americanos dentro do conceito de américa dele), mas mesmo os cortes radicais de seu governo com modelos de cooperação global não eram tão radicais assim. Nem os ataques aos imigrantes e os recuos nos programas sociais foram tão intolerantes e intensos como os da praxe na política ianque.

Milei não é um Bolsonaro nem Bush, o cabelo dele é muito mais despenteado. É uma mutação ultradireitista, muito além do neoliberalismo já fracassado no planeta inteiro incluindo na Argentina. esses 30% de admiradores esperam ações muito mais graves de exploração e retirada dos precariados do orçamento, das políticas públicas e do protagonismo da vida cultural da Argentina pela maior perda de renda possível. Na prática, suas propostas tem o efeito de conservadorismo das vantagens das classes sociais econômicas ricas, não confundir este conservadorismo com o de costumes, que ele rejeita, pois até órgãos humanos ele defende o direito da comercialização. Constituindo-se assim num mero defensor que rico é rico e não deve ter nem regulação nem impostos do perverso estado para alimentar mecanismos redistributivos, mesmo que limitados. Um perigo que aponta o limite da própria crise capitalista. Quase que como um convite para vizinhos brigarem de faca pelo último prato de comida à suas famílias. O vale tudo! A barbárie…

CONHEÇA PROPOSTAS E FALAS DE MILEI:

Fim da maioria dos ministérios meios e finalísticos. Fora ministérios como o da educação, saúde, meio-ambiente, social, obras, fazenda e etc… Estado mínimo mesmo e com corte brutal de servidores e serviços. Ele chama os burocratas e políticos de casta; de educados; normais que quebraram o país. No qual ele é o maluco pra mudar o todo…

Dolarizar a economia sem mais banco central. Sem empréstimos e sem fomentar nenhum setor da economia. Combater os “parasitas e o sistema dos políticos tradicionais” (fortalecendo as empresas que bacam sempre esses políticos pela falta de regulação geral). Abrir o mercado pro mundo competir com seu comércio interno.

Fim de regulações e regras para empreendedores, comerciantes e industriais. o salário é de negociação direta. Vigilância sanitária, cuidados ambientais, e outros obstáculos para “empreendedores”, como impostos serão reanalisados ao mínimo máximo possível.

Por fim, o estado só existirá para arrecadar o suficiente para pagar o salário dele e dos seus seguranças, para tentar em vão, protegê-lo quando a população esfomeada e desassistida for atrás dele cobrar a conta do trabalho coletivo de toda uma nação que ele ousou com teatro e fakes doar para uma oligarquia que ele dizia combater.

Por Renato Martins

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