A época em que o amor era visto como doença – e tinha ‘cura’

Na Idade Média, o amor podia ser definido de diversas formas. Mas um livro escrito por Andreas Capellanus, no século 12, acabou influenciando toda a literatura, a medicina e a sociedade naqueles tempos.⁠

A obra “De amore” estabeleceu a ideia de que o amor seria uma doença, baseada na teoria dos quatro humores corporais.⁠

Segundo esta teoria, a saúde humana seria mantida enquanto esses humores (sangue, catarro, bílis negra e bílis amarela) estivessem equilibrados.⁠

O livro reforçava a ideia publicada pelo médico Constantino, o Africano, que fazia uma conexão direta entre o excesso de bílis negra e o mal do amor. ⁠

A causa da doença seria o excesso desse suposto fluido corporal, o que explicava a associação entre “amor” e “amaro” (amargo). ⁠

Segundo Constantino, a doença afetava o cérebro e poderia causar intensos pensamentos e preocupações no amante.⁠

Nesta mesma linha, a tese de Boissier de Sauvages (1706-1767) relacionava a doença do amor à melancolia.⁠

Já Segundo a obra Lilium Medicinae (1303), de Bernard de Gordon, a causa da doença era o “amor de mulheres” e poderia causar a morte do paciente.⁠

Há vários outros exemplos na literatura e na medicina que coloca o amor como uma doença causada quando o ser humano se “deixa levar pelos instintos carnais.”⁠

A cura da “doença” incluía duas recomendações: dieta e disciplina moral.⁠

A dieta preceptiva consistia em evitar beber vinho, carne vermelha, leite, ovos, legumes e alimentos de cor vermelha.⁠

O motivo da proibição era que estes alimentos incitariam o movimento do sangue e o desejo sexual.⁠

No link da bio, você encontra o artigo completo escrito por Anna Peirats, diretora do Instituto Isabel de Villena de Estudos Medievais e Renascentistas (IVEMIR) da Universidade Católica de Valência, na Espanha.

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