Sejamos diretos sobre a CONMEBOL libertadores, o Brasil faz fronteira com a França – fato!. Nosso vizinho paradoxalmente europeu tem portanto direito material e geográfico de solicitar vaga na Libertadores das Américas (mesmo tendo ela sido invasora até hoje) para seus times. Sobretudo o milionário e elitista PSG. Legalidade e legitimidade eles tem. A ONU reconhece esta terra francesa aqui. E este debate importa sim, não apenas pela eliminação do popular time proletário do Flamengo com a maior torcida povão do mundo, incluindo aí todo tipo de maiorias como negros, lgbts, mulheres, desempregados, subempregados, uberizados, precarizados e até alguns ricos. Mas é sobre isso mesmo que se trata o futebol; de descolonização. No futebol, ao menos, os negros driblam bem mais, o mestiço Brasil é o maior do mundo e os africanos que jogam bem viram ricos nos países que usurparam suas riquezas e condenaram seus conterrâneos a estruturas sub-humanas em algumas áreas.
A França nem de perto é hoje um dos países mais imperialistas do planeta, perde de longe para os EUA, e tem quem diga até que a UE está de quatro para o poderio do padrão rentista baseado em dólar e seu lastro muito suspeito. Mas ainda assim, veja o quadro abaixo da influência francesa direta sobre 14 países da África:
Os países acima estão apenas sob domínio econômico da diplomatique Francesa. Da etiqueta e dos aromas chiques do pais da moda. O caso do Brasil é portanto bem mais simples, é só uma ponte que nos separa. Temos ampla fronteira pelo Macapá com esse “esbelto” país. Na Guiana Francesa, que é território mesmo francês, elege inclusive parlamentares, tem a moeda como Euro e o exército francês de olho na Amazônia. Tá tudo pertinho. Tá tudo dominado.
Para quem já perdeu ouro, madeiras, remédios, açúcar, borracha, café, serviu de shopping center de escravos. O de menos era o PSG jogar a libertadores. Teria até muitos que gostariam – talvez parte do povão abraçasse esse time, já a elite, com certeza. O PSG pararia de perder na Champions e tentaria ser campeão mundial da FIFA pela vaga sul-americana que ela tem todos os direitos. Um atalho. Simples assim.
Como diria o presidente da FIFA respondendo às críticas da imprensa sobre as injustiças do Quatar com as mulheres e seus trabalhadores: “nós europeus teríamos que passar mais de um século pedindo perdão por tudo que fizemos a todo o planeta”. O que ele quis dizer estapeado o cinismo que o cercava era direto: o mundo se divide entre ricos desenvolvidos e pobres subdesenvolvidos e a diferença entre estes não é por mérito nem competição foi é muita peia e invasão, que continua até hoje sobre muitas formas híbridas… O PSG na Liberta eliminando e tomando as torcidas dos Palmeiras e Flamengos da vida nacional, seria só alivio irônico do destino.
Por Renato Martins