Dia da Visibilidade Trans: 117 mastectomias masculinizadas já foram realizadas na Paraíba.

O Dia Nacional da Visibilidade Trans é comemorado neste dia 29 de janeiro. Samuel Barreto, gerente operacional de promoção da cidadania LGBTQIAPNB+ da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba (SEMDH), concedeu entrevista ao programa Conexão Clube Tambaú. Barreto abordou os avanços e desafios enfrentados pela população trans no Brasil e na Paraíba.

Barreto destacou que, apesar das vitórias ao longo dos últimos 20 anos, a luta pela visibilidade e pelos direitos da população trans ainda é diária. Segundo ele, o Brasil continua a ser o país com o maior número de homicídios de pessoas trans e travestis, ocupando a triste liderança do ranking por 16 anos consecutivos. “É uma luta diária, ser pessoa trans no Brasil”, afirmou.

Ele também ressaltou que, embora os números ainda sejam alarmantes, houve avanços importantes, como as políticas públicas direcionadas à população trans, que incluem ambulatórios de saúde integral em João Pessoa e Campina Grande, além da distribuição de hormônios e realização de cirurgias afirmativas. “A Paraíba também tem avanços. A gente já faz a dispensação dos hormônios, tanto para homens trans quanto para mulheres trans e também tem as cirurgias afirmativas, as cirurgias do processo transexualizador. Hoje a gente oferece as mastectomias masculinizadas e as histerectomias também para homens. Desde 2002, já foram realizadas em torno de 117 mastectomias”, disse.

No entanto, Barreto também apontou a persistência de problemas como a transfobia e os preconceitos velados. Ele comentou sobre a difícil realidade enfrentada pela comunidade trans, que muitas vezes é alvo de violência não apenas física, mas também psicológica, como os olhares preconceituosos e até elogios disfarçados de comentários negativos. “A transfobia pode ser sutil, pode ser uma palavra dita como um elogio, mas que carrega um preconceito implícito”, explicou.

Outro ponto destacado na entrevista foi a Casa Cris Nagô, a primeira casa de acolhimento exclusiva para a população LGBTQIAPNB+ em situação de vulnerabilidade social, mantida pelo Governo do Estado da Paraíba. Barreto expressou orgulho do papel pioneiro do estado na construção de espaços de acolhimento e proteção para essa comunidade.

O gerente também abordou a importância de políticas públicas que visam a inclusão e a promoção da cidadania, como os centros de referência que oferecem serviços como orientação jurídica, assistência psicológica, cursos profissionalizantes e apoio para a inserção no mercado de trabalho. Ele explicou que essas iniciativas têm sido fundamentais para melhorar a qualidade de vida e aumentar a autoestima da população trans e LGBTQIAPNB+.

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