A equipe médica palestina de um hospital em Gaza disse que foi vendada, forçada a se despir, detida e repetidamente espancada por tropas israelenses que invadiram o hospital em que trabalhavam no mês passado.
Ahmed Abu Sabha, médico do Hospital Nasser, contou ter ficado detido durante uma semana — período em que, segundo ele, foi atacado por cães amordaçados e teve a mão fraturada por um soldado israelense.
O relato dele coincide bastante com o de outros dois médicos que quiseram permanecer em condição de anonimato por receio de represálias.
Eles disseram que foram humilhados, espancados, encharcados com água fria e forçados a ficar ajoelhados em posições desconfortáveis durante horas. Afirmaram ainda que ficaram detidos por dias antes de serem libertados.
Detalhes das denúncias às Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). Eles não responderam diretamente às perguntas sobre esses incidentes, nem negaram acusações específicas de maus-tratos. Mas negaram que a equipe médica tenha sido ferida durante a operação.
As IDF invadiram o hospital na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza — que era um dos poucos na Faixa de Gaza ainda em funcionamento — em 15 de fevereiro, alegando que o serviço de inteligência indicava que o hospital abrigava membros do Hamas e reféns. O Hamas nega o uso unidades de saúde.
Vídeos gravados secretamente no hospital em 16 de fevereiro, dia em que os médicos foram compartilhados.
As imagens mostram uma fileira de homens só de cueca em frente ao prédio da emergência do hospital, ajoelhados com as mãos atrás da cabeça. Aventais médicos podem ser avistados no chão na frente de alguns deles.