VÍDEO: Mulher “de família tradicional” xinga e agride gays em padaria de SP

Uma mulher completamente descontrolada, agressiva e repetindo clichês bolsonaristas foi filmada xingando e agredindo dois jovens gays que entraram numa padaria no bairro de Santa Cecília, em São Paulo, na madrugada de sábado (3). As cenas viralizaram nas redes sociais e mostram a militante de extrema direita gritando de forma enlouquecida uma enxurrada de palavrões e insultos contra os rapazes, sob a alegação de “ser branca” e da “família tradicional”.

“E os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional. Eu tenho educação. Diferença dessa porra aí”, dizia a agressora enquanto funcionários e frequentadores tentavam detê-la, já que o tempo todo durante a filmagem ela procura se desvencilhar das pessoas para agredir os clientes homossexuais, sempre “fazendo arminha”, um gesto com a mão típico dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Um homem identificado no ‘X’ (antigo Twitter) como Rafael Gonzaga fez uma postagem nesta terça-feira (6) dizendo ser uma das vítimas da agressora, assim como seu namorado, que o acompanhava naquele momento. O relato da vítima diz que eles foram à Padaria Iracema para comer algo, por volta das 4h, antes voltarem para casa, quando as agressões e hostilidades teriam começado.

“Sábado, 3/2, às 4h, eu e meu namorado paramos na padaria Iracema, em Santa Cecilia, pra comer algo e ir pra casa, mas acabamos num filme de terror. Uma mulher nos atacou física e verbalmente e vou postar TODOS os vídeos.

A Polícia Militar foi acionada para comparecer ao estabelecimento e registrou uma ocorrência interna (diferente do boletim de ocorrência registrado em delegacias da Polícia Civil) de injúria e lesão corporal.

“As vítimas relataram que, ao chegarem de carro a uma padaria, foram abordadas por um grupo de pessoas, sofrendo agressões físicas. Durante o incidente, um dos agressores lançou um cone de sinalização em direção às vítimas. O caso foi registrado como preconceitos de raça ou de cor (injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional) e lesão corporal pela Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi) nesta segunda-feira (5)”, diz o documento da PM.

A versão é quase idêntica à revelada por uma das vítimas, que afirma ter tentado estacionar o carro numa vaga onde havia três pessoas, sendo dois homens e uma mulher. Ao notarem os clientes com a intenção de colocar o veículo no local, os homens teriam saído do espaço, mas a mulher não. Ela foi retirada de forma paciente, então, pelos conhecidos, mas teria ficado revoltada ao notar que os ocupantes do automóvel eram dois homossexuais.

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