Deu no NEXO JORNAL: Como Milei no poder na Argentina agita as bases bolsonaristas

Ascensão de argentino mobiliza redes sociais da extrema direita brasileira e é ‘sopro de esperança’ após período de desorientação, dizem cientistas políticos

O início do governo de Javier Milei como presidente da Argentina tem sido explorado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil como uma demonstração de força da extrema direita e uma esperança para o grupo voltar ao poder no país.

A posse do argentino em 10 de dezembro teve presença de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle, que encabeçaram uma caravana a Buenos Aires com cerca de 50 deputados, senadores e governadores. A presença na cerimônia serviu para seus apoiadores retratá-lo nas redes sociais como líder mundial.

O entendimento de analistas da NEXO é que depois de tantas orientações e desorientações nas redes, com a queda da força nas mobilizações de rua, a extrema-direita tenta mostrar legitimidade e viabilidade eleitoral nacional com o êxito do líder extremista vizinho.

Minha leitura: O problema dos pobres argentinos fará um divórcio cedo entre Milei e bolsonarismo

A receita de Milei é arcaica e sem novidade nenhuma incluindo para a sofrida Argentina. A ideia central, anunciada diretamente por ele, é empobrecer a população, minar sua capacidade de compra para assim a inflação depois de subir demais, baixar – pela redução grande de consumo. Num lapso de tempo de muito mais dor e incertezas para os trabalhadores em geral. Aumentando indigentes e subempregados/precariados.

Por isso, diferente da NEXO, analiso que o choque de gestão recessivo pode ser de amargo a insuportável para o bem mais politizado povo argentino. Onde mesmo os mais pobres são bem escolarizados. O contexto que se mostra de corte de serviços públicos, estagflação e aumento do desemprego (lá é menor que o nosso, mas deve nos passar) e a perda de poder de consumo, para um povo já doído e que não ouviu sobre esse intenso ‘amargor’ na campanha, pode transformar o tal grito de campanha “Viva la Libertad Carr*lh*” em um mero jogo de governo ‘amigo dos ricos’ e inimigo da maioria da população, ensejando grandes protestos e impopularidade.

Aliás, Milei já avisou que estuda medidas para não permitir protestos nem passeatas na sua gestão. Dito isto, repito, bem divergente do NEXO, penso que logo o bolsonarismo nuclear desembarcará dessa aventura e dirá que “nunca viu esse Milei mais gordo na vida”. Negará as fotos coladinhos e dirão na cara dura que se tratava tudo de outro contexto, tanto as visitas e os vídeos conjuntos – os que não conseguirem parar de circular nas suas bolhas, como foi no caso Roberto Jeferson, por exemplo.

Fonte: NEXO JORNAL com Renato Martins via método Raio X das Notícias.

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