Zero distração: Prefeitura do Rio proíbe o uso de celulares em escolas da rede pública até no recreio

Nova norma foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (2) e entra em vigor daqui a 30 dias. É a primeira do tipo no país…

De acordo com o município, a decisão de proibir os celulares nas escolas foi tomada com base em diversos estudos incluindo da OCDE

Os estudantes das escolas municipais da cidade do Rio de Janeiro não poderão utilizar celulares nas unidades de ensino, inclusive na hora do recreio. A determinação foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (2) e entra em vigor daqui a 30 dias.

O decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD) estabelece que “fica proibida a utilização de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades escolares da rede pública municipal de ensino nas seguintes situações: dentro da sala de aula; fora da sala de aula quando houver explanação do professor e/ou realização de trabalhos individuais ou em grupo na unidade escolar e durante os intervalos, incluindo o recreio”.

“A conexão do aluno deve ser com a escola e não com o celular. O uso excessivo de aparelhos eletrônicos atrapalha a concentração e prejudica diretamente a aprendizagem. É como se o aluno saísse de sala toda vez que vê uma notificação. Não tem como prestar atenção e aprender de forma plena assim e nós não podemos menosprezar esse problema ou fingir que ele não existe”, afirma Renan Ferreirinha, secretário de Educação.

Exceção:

O texto determina que “os celulares e demais dispositivos eletrônicos deverão ser guardados na mochila ou bolsa do próprio aluno, desligado ou ligado em modo silencioso e sem vibração”.

As exceções para a nova norma são os seguintes casos: antes da primeira aula do dia, desde que fora da sala; após a última aula do dia, desde que fora da sala; quando houver autorização expressa do professor regente para fins pedagógicos, como pesquisas, leituras ou acesso ao material Rioeduca; para os alunos com deficiência ou com condições de saúde que necessitam destes dispositivos para monitoramento ou auxílio de sua necessidade; durante os intervalos, incluindo o recreio, quando a cidade estiver classificada a partir do Estágio Operacional 3; quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar em casos que ensejem o fechamento ou interrupção temporária das atividades da unidade escolar, de acordo com o protocolo do programa Acesso Mais Seguro; durante os intervalos para os alunos da Educação de Jovens e Adultos; quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar por motivos de força maior.

Segundo o decreto, em caso de descumprimento pelo aluno, “o professor poderá advertir o aluno e/ou cercear o uso dos dispositivos eletrônicos em sala de aula, bem como acionar a equipe gestora da unidade escolar”.

Por que proibir?

De acordo com o município, a decisão de proibir os celulares nas escolas foi tomada com base em diversos estudos. O mais recente é o da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA), a maior avaliação mundial de estudantes. Estes estudos indicam que o uso inadequado ou excessivo da tecnologia tem impacto negativo para os alunos no ambiente escolar. 

Segundo a prefeitura, a medida visa alinhar a cidade do Rio de Janeiro com países que já decidiram estabelecer proibições como França, Holanda, Inglaterra, Portugal e estados da Austrália e dos Estados Unidos.  

Entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 a Secretaria de Educação promoveu uma consulta pública a respeito da proibição de celulares durante todo o horário escolar. A pesquisa recebeu mais de 10 mil contribuições da população. De acordo com o município, foram 83% de respostas favoráveis à proibição do uso do aparelho, 11% parcialmente favoráveis e 6% contrárias.

“Na consulta foi possível perceber que professores, famílias e a sociedade em geral têm cada vez mais consciência que há um uso excessivo pelas crianças do celular, das redes sociais. Da mesma forma que em casa, os pais precisam estabelecer regras e limites para uma boa criação dos filhos, não deve ser diferente na escola. Para isso, regras são fundamentais e é justamente isso que queremos com essa medida”, explica Ferreirinha.
 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

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