Em mais um depoimento de sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o então presidente da República Jair Bolsonaro queria esconder no Palácio da Alvorada alvos investigados pela Polícia Federal por ataques às instituições democráticas, para impedir que fossem presos. Um deles foi o influencer bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que acabou fugindo para o Paraguai.
Cid disse que o então presidente da República chegou a determinar que Eustáquio, alvo dos inquéritos conduzidos pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, ficasse escondido na sua residência oficial, para evitar que fosse preso. Procurada, a defesa de Bolsonaro negou as acusações e disse que ele não tinha relação próxima com Eustáquio.
Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro também discutiu tomar a mesma iniciativa em relação ao youtuber Bismark Fugazza. As informações foram confirmadas ao UOL por três fontes que acompanharam a delação de Cid.
De acordo com o depoimento, foi o próprio Cid quem dissuadiu Bolsonaro da ideia, sob o argumento de que isso poderia lhe acarretar problemas sérios perante o STF.
Outro lado
Procurado, o advogado e ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten afirmou que o ex-presidente “nega categoricamente” as acusações. A defesa disse que Bolsonaro nunca se aproximou de Oswaldo Eustáquio e que ele não iria cometer crime por alguém com quem não mantinha relações próximas“.
Fonte: UOL